terça-feira, 27 de outubro de 2009



“ O que é o flerte? Pode-se dizer que é um comportamento que deve dar a entender que uma aproximação sexual é possível, sem que essa eventualidade possa ser entendida como uma certeza. Em outras palavras, o flerte é uma promessa de coito, mas uma promessa sem garantia.
....Tomas não para de persuadi-la de que entre o amor e o ato do amor há uma grande diferença. Ela recusava-se a admiti-lo. No momento está cercada de homens que não lhe inspiram a menor simpatia. Que sensação lhe daria dormir com esses homens? Tem vontade de experimentar, nem que seja sob essa forma de promessa sem compromisso que é o flerte.
...Leva as coisas muito a sério, vê tudo pelo lado trágico, não consegue entender a leveza e a futilidade alegre do amor físico. Como gostaria de aprender a leveza!Queria que a ensinassem a não ser anacrônica!
Se para outras mulheres o flerte é uma segunda natureza, uma rotina insignificante, para ela, doravante, é um campo de investigações importante que deve ajudá-la a descobrir aquilo de que é capaz. Mas por ser tão importante, tão grave, seu desejo de agradar perdeu toda a leveza, tornou-se forçado, intencional, excessivo. O equilíbrio entre a promessa e a ausência de garantia (em que reside precisamente o autêntico virtuosismo do flerte!) foi rompido. Está muito inclinada a prometer, sem mostrar de maneira suficientemente clara que sua promessa não a obriga a nada. Ou por outra, todo mundo pensa que ela é extraordinariamente fácil. Depois, quando os homens reclamam a realização daquilo que lhes tinha sido prometido, esbarram numa súbita resistência que só podem explicar pela crueldade requintada de Tereza. ”

( Milan Kundera - A insustentável leveza do ser)

sexta-feira, 16 de outubro de 2009


MASOQUISMO


O Prazer em sentir dor

Vamos direto ao assunto..Tentando me decifrar li de Hitler à Freud e de acordo com o Wikipédia (Masoquismo é uma tendência pela qual uma pessoa busca prazer ao sentir dor ou imaginar que a sente) Dor fisica e emocional tbm...No meu caso emocional, nada mais prazeroso que ser ignorado, percebi nisso um prazer incrível...Não sou a dona do pedaço mas até que atraio homens interessantes que aos meus olhos são malas sem alça, mas é só pisarem um pouco para me terem em mãos... então, sendo que masoquismo é o prazer em sentir dor, isso explica porque aguentei por 5 anos de agressões fisicas e verbais, todos sempre me perguntam...Se durou tanto tempo, algo de prazeroso deveria ter, mas nunca encontro algo como justificativa, me sinto culpada cada vez que não encontro a justificativa...poxa alguma coisa de boa deveria ter penso eu, percebi que talvez fosse prazeroso levar tapas, empurrões e ser enforcada às vezes, nada sexual apenas no dia-a-dia, sexualmente isso a cada 4 meses ele se mostrava mais antencioso ao cigarro, o que tbm representava uma maneira de humilhação pq não? E pq eu nada fazia após tantos insultos gritados, agressões e falta de carinho? Talvez pq meu inconciente dizia que aquilo era prazeroso.....de acordo com Freud eu seria apaixonada por meu pai, já que ele maltratava tanto minha mãe em minha frente, o engraçado é que quem sempre comandou a casa foi minha mãe, ela tinha a cabeça, a voz de comando e o dinheiro no bolso, no entanto levava tapas sem argumentos, talvez ao meu ponto crítico de visão infantil achava que ela tinha feito algo errado e merecia aquilo por ser tão audaciosa....cresci e passei a ver que talvez esse fosse tbm meu destino, sempre tive em minha adolescencia paixões platônicas, paixões que em ápice de angustia tinha vontade de cortar a pele e assim o fazia, a dor emocional só se aliviava sobre a pele e a dor fisica era totalmente psicológica, sentia um imenso prazer em fazê-lo... não se assustem, não me corto mais, mas isso explica muita coisa...Em busca de compreender qual padrão masculino se encaixaria para o homem perfeito, ví que este não existe, modestia a parte sou a guerreira, a piã da obra, a comandante e a juiza, qual homem conseguiria fazer com que eu me sinta mulher? simples...oque me deixaria sentir menos que ele, me sentir vulnerável a ele...Ou será que eu ainda não encontrei o homem Homem o suficiente para ser tudo oq sou e me fazer mulher com um simples gesto de carinho?
Adê

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Sabe aquela sensação de plenitude, de sentir-se completo? De repente acordar e perceber que não precisamos de nada nem ninguém para sermos felizes? Experimentar aquele sentimento interno de que o universo basta. O pôr do sol, o céu, as nuvens, estrelas, a terra, a lua, o calor, a natureza, o respirar e inspirar... Suspirar! Isso tudo somos NÓS?
Sim! Especialmente quando nos permitimos viver com esse propósito parte de um algo muito maior. Maior do que qualquer relação que possamos sequer sonhar... Deixamos de ser parte para nos tornar um TODO. Passamos a viver como se ESTAR fosse igual a SER... Bem, é possível! Saiba que sim.
Há vida, sim, dentro de qualquer relacionamento e antes ou depois de qualquer relação. De qualquer rompimento. Somos verdadeiramente mais quando nos permitimos simplesmente existir. E, nesses momentos, SER será sempre mais que TER.
Quando pensamos que TEMOS o outro enlouquecemos por um amor não sadio. Escravizamo-nos e passamos a não querer incomodar. Não poder aparecer. Não poder existir... Tornamo-nos quase invisíveis e até porque não insensíveis... Deixamos de apreciar a vida para apreciar a outro. Incrível e triste.
Quantos de nós não agimos assim o foco no outro. O amor desbalanceado e pronto! Estamos lá sem nada. Famintos, desesperados, esperando por um tipo de alimentação que, infelizmente, não tem como vir de fora. Não tem como vir da fonte que escolhemos e (imaginamos) sem a qual não existiremos...
Anulação
Então, quando assim, nessa situação de quase total anulação, não há céu, não há sol, não há nuvens, não há nada no entorno que nos toque... Nada ao redor que possa nos inspirar e tirar do "marasmo"...
Fica, então, a pergunta: o que é melhor? Morrer de amor? Ver-se em uma situação limite de não existir para encontrar uma história ou abster-se desse mundo complexo das relações e contemplar o mar, a areia, o azul, a imensidão que está a nossa volta?
Quero crer que nem tanto céu, nem tanta terra... O caminho é sempre mesmo: o caminho do meio, o equilíbrio. Aquele que nos permite viver e amar. Viver toda a plenitude e, mesmo sabendo-se completos,encontrar espaço e tempo para também incluir o outro.
Acordado(a)
Para fazer isso, é preciso permanecer acordados, presentes, donos dos nossos sonhos, desejos e objetivos. Estar com outro sem perder o sentido do SER. Ser melhor a cada dia que passa. Ser único porque assim viemos. Estar no relacionamento e viver a vida. Aproveitar com ou sem o outro cada novo amanhecer. Manter-nos, afinal, abertos ao milagre da vida. Às possibilidades, às oportunidades, permanecer com a auto-estima elevada. O espírito leve. A alma quieta... Relacionamentos fazem parte não são em si TUDO

Por Sandra Maia*/Especial para BR Press